segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Travessias aquáticas viram rotas de amizades

Provas como a de domingo, em Guaratuba, vencida pelos adolescentes Giovani Gongra e Kauane Kosinsky, unem pessoas das mais variadas profissões.



Guaratuba - Travessia aquática é um esporte solitário. Mas só dentro da água. Porque antes e depois de cada prova, o ambiente é de completa confraternização entre pessoas das mais variadas atividades profissionais, que têm no esporte um gosto em comum. Exatamente o que se viu ontem na Travessia de Gua­ratuba, que reuniu 222 participantes e foi vencida pelos adolescentes Giovani Gongra e Kauane Kosins­ky, de 14 e 13 anos, jovens promessas da natação.

Em cada prova, há os que competem profissionalmente. Porém a maioria dos participantes são atletas amadores, que armam verdadeiras festas em dia de travessia. É comum que os praticantes viajem juntos, levem suas famílias para assistir e aproveitem para dar uma esticadinha no passeio: depois do esforço na água, combinam almoços e passam o dia juntos. Fora das provas, fazem churrascos e se reúnem em aniversários. E para se manterem em contato, usam o MSN e sites de relacionamento.

A tecnóloga em edificações Carim Costa da Silva, 31 anos, completou ontem sua terceira travessia. Conta que nadava em piscina desde os 18 anos. Mas foi nos treinos para as travessias que aumentou o círculo de amizades. “Se não fosse pelo esporte, não conheceria essas pessoas, porque elas são de áreas completamente diferentes da minha”, diz.

Ela está na mesma equipe do comerciante André Portes Santos, de 38 anos, e da esposa dele, Lisiani Bahr Gomes Santos. Reforçam o grupo o eletricista de automóveis Régis Evangelista, 37, o policial militar Marco Antônio Araújo, o contato publicitário Robson Luiz de Souza, 37. “Dos meus amigos, 90% eu conheci em travessias. Alguns, inclusive, viraram meus clientes”, afirma Souza, que faz travessias há 7 anos.

Depois de percorrerem os 1,3 mil metros a nado ontem em Guaratuba, os tempos de prova de cada um era pretexto para a interação. Os caldos sofridos na saída da prova rendiam boas risadas. E os sorrisos comprovavam que em grupo o desafio fica mais simples.

Técnica

Para quem pretende entrar no círculo de travessias, é importante saber que não basta entrar no mar e nadar. É preciso técnica - mesmo para quem já sabe nadar em piscina – e prudência. “A pessoa não pode entrar em rios, lagos e mares sozinho só porque sabem nadar. Deve-se sempre informar parentes em que local e horário se pretende nadar”, alerta o relações-públicas do Corpo de Bombeiros, tenente Leonardo Mendes dos Santos.

Há técnicas específicas a serem treinadas, como o nado pólo (estilo crawl, com respiração frontal), que permite se localizar e corrigir a rota, se necessário, ensina o ex-atleta olímpico Renato Ramalho, da Academia Gustavo Borges. “Em marés mais fortes, diminui-se a braçada para evitar o desgaste” diz a técnica de travessia aquática da Academia InSport, Andria Bickow Sato. Ambos dizem que para uma prova de 1,5 mil metros é preciso nadar habitualmente pelo menos 2 mil metros na piscina.

Fonte: Gazeta do Povo

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