Travessia dos Fortes
Minha primeira Maratona Aquática...
Por: David Castro (Ex-nadador Olímpico)
Atletas,
Hoje, as Maratonas Aquáticas são sinônimo de resistência, energia e superação. Além disso, geram status, mídia e, ainda por cima, a fama. Mas nem sempre foi assim. Existiram dias de esquecimento, desinteresse e dificuldades.
A modalidade foi cercada por glamour entre as décadas de 1930 e 1970, sempre com provas importantes, como a Travessia de São Paulo, a Travessia de Ubatuba e a Travessia Mar Grande-Salvador. Esses circuitos faziam parte de uma época onde nadar significava coragem e consagração ao atleta vencedor.
Muitas pessoas me perguntam como era competir uma Maratona Aquática pela primeira vez. Queriam saber qual a preparação necessária para se obter um bom desempenho, além da melhor estratégia e alimentação.
Comecei a participar das Maratonas Aquáticas em 1975, na Travessia de São Paulo, competindo pelo Corinthians. Na época, tinha apenas 11 anos de idade e não tinha nenhuma experiência em nadar esse tipo de prova. Sentia medo, preocupação e ansiedade. Esse sentimento passava pela minha mente e, inclusive, atingia meus pais. Muitas pessoas achavam que era bastante precoce competir com 11 anos de idade. Porém, o que era um tabu naquela época, tornou-se algo comum nos dias atuais.
A prova foi realizada nas proximidades da represa Billings, em São Paulo. Até hoje pode-se ver o percurso, indo de carro em direção a Santos. O circuito começava de um lado da represa, passava por debaixo da ponte que cruza a estrada e, a tão esperada linha de chegada, ficava há aproximadamente 500 metros. No total, os competidores tinham que nadar, mais ou menos, 1.500 metros.
Talvez por causa da idade, fiquei com bastante medo durante a prova. Por isso, acabei nadando de costas durante boa parte da travessia. Na época, nadava melhor assim do que utilizando o bom e velho nado crawl. Porém, na verdade, o que me assustou foram os boatos de que haviam bichos dentro da água. No final, superei meus limites e senti um impulso grande para chegar até a linha de chegada. Comecei a nadar no estilo crawl e ultrapassei dez nadadores.
Apesar de, na época, estar começando a minha carreira, tive a oportunidade de viver os últimos anos dourados das travessias em mar no Brasil. Esses circuitos sempre foram esperados pelos atletas, já que serviam muitas vezes como preparação para os campeonatos estaduais e brasileiros. Elas serviam como um termômetro para saber se o atleta estava com um bom condicionamento físico. Nomes como Maria Lenk, João Havelange e Norio Ohata são alguns dos que se consagraram nesse tipo de prova.
Amanhã volto com mais um texto. Não esqueça de deixar seu comentário.
Abraços!
Fonte: Blog do Esporte
Por: David Castro (Ex-nadador Olímpico)
Atletas,
Hoje, as Maratonas Aquáticas são sinônimo de resistência, energia e superação. Além disso, geram status, mídia e, ainda por cima, a fama. Mas nem sempre foi assim. Existiram dias de esquecimento, desinteresse e dificuldades.
A modalidade foi cercada por glamour entre as décadas de 1930 e 1970, sempre com provas importantes, como a Travessia de São Paulo, a Travessia de Ubatuba e a Travessia Mar Grande-Salvador. Esses circuitos faziam parte de uma época onde nadar significava coragem e consagração ao atleta vencedor.
Muitas pessoas me perguntam como era competir uma Maratona Aquática pela primeira vez. Queriam saber qual a preparação necessária para se obter um bom desempenho, além da melhor estratégia e alimentação.
Comecei a participar das Maratonas Aquáticas em 1975, na Travessia de São Paulo, competindo pelo Corinthians. Na época, tinha apenas 11 anos de idade e não tinha nenhuma experiência em nadar esse tipo de prova. Sentia medo, preocupação e ansiedade. Esse sentimento passava pela minha mente e, inclusive, atingia meus pais. Muitas pessoas achavam que era bastante precoce competir com 11 anos de idade. Porém, o que era um tabu naquela época, tornou-se algo comum nos dias atuais.
A prova foi realizada nas proximidades da represa Billings, em São Paulo. Até hoje pode-se ver o percurso, indo de carro em direção a Santos. O circuito começava de um lado da represa, passava por debaixo da ponte que cruza a estrada e, a tão esperada linha de chegada, ficava há aproximadamente 500 metros. No total, os competidores tinham que nadar, mais ou menos, 1.500 metros.
Talvez por causa da idade, fiquei com bastante medo durante a prova. Por isso, acabei nadando de costas durante boa parte da travessia. Na época, nadava melhor assim do que utilizando o bom e velho nado crawl. Porém, na verdade, o que me assustou foram os boatos de que haviam bichos dentro da água. No final, superei meus limites e senti um impulso grande para chegar até a linha de chegada. Comecei a nadar no estilo crawl e ultrapassei dez nadadores.
Apesar de, na época, estar começando a minha carreira, tive a oportunidade de viver os últimos anos dourados das travessias em mar no Brasil. Esses circuitos sempre foram esperados pelos atletas, já que serviam muitas vezes como preparação para os campeonatos estaduais e brasileiros. Elas serviam como um termômetro para saber se o atleta estava com um bom condicionamento físico. Nomes como Maria Lenk, João Havelange e Norio Ohata são alguns dos que se consagraram nesse tipo de prova.
Amanhã volto com mais um texto. Não esqueça de deixar seu comentário.
Abraços!
Fonte: Blog do Esporte
Um comentário:
Ao falar de grandes nomes da natação de travessias como a Mar Grande - Salvador. Grande não podemos deixar de lembrar o nome de Francisco Caetano Guimarães, campeão nas piscinas e no mar! Um nome para não ser esquecido.
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