Que venha a chuva...

O site Climatempo aponta 0% de chances de chover domingo, dia da 47ª Travessia Aquarius Fresh Mar Grande/Salvador. Segundo o instituto, a máxima será de 32º C e a mínima, de 23º C. Nesta terça-feira, 12, porém, o mesmo site indicava apenas 10% de possibilidades na capital baiana. E deu no que deu: chuva durante boa parte da manhã.


A pergunta, então, surgiu na cabeça dos 124 atletas que vão participar dos 12 quilômetros de distância que separam a Praia do Duro, em Mar Grande, do Porto da Barra, em Salvador: e, se chover durante a prova?


Para o treinador da seleção brasileira de maratonas aquáticas e coordenador de arbitragem da prova, Rogério Arapiraca, algumas mudanças serão visíveis. Inicialmente, ele cita dois exemplos: o tempo de prova e a estratégia adotada.


“Como o mar fica mais forte, é mais difícil completar a prova. Aí, surge a figura do guia. Este, sim, será fundamental, pois caberá a ele fazer uma estratégia que ajude o atleta. Os nadadores, por sua vez, não terão muito problema, não. Quem está bem treinado, encara tranquilamente. Só tem que nadar mais perto do barco e se poupar com as marolas formadas pelos ventos e ondas”, ressalta.


Interrupção - Em seguida, confiante, acrescentou: “São Pedro é baiano e brasileiro e não terá chuva nenhuma. Não acontecerá o que ocorreu em 1981”, deseja. Na ocasião, largaram da ilha de Itaparica 25 atletas, porém apenas quatro completaram o percurso. Situação semelhante aconteceu em 1960. Dessa vez, entretanto, não houve campeão geral ou por categoria.


“O mar virou e todo mundo teve de subir no barco. Ninguém completou”, esclareceu Sérgio Silva, presidente da Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA), parceira do Grupo A TARDE na organização do desafio. Aos 17 anos, a baianinha Ana Marcela Cunha nem era nascida. Porém, conhece a história e diz estar preparada para as intempéries climáticos. Nesta terça, por exemplo, treinou debaixo de chuva na piscina do clube ACEB, no Costa Azul.


“Já foi um teste, não é? Estou rezando para que não chova. Até porque o guia terá um trabalho dobrado e terei que ficar toda hora olhando para o barco, vendo as recomendações. O lado bom é que o lado pode ficar liso e isso facilita”, revela a nadadora da Universidade Santa Cecília (Unisanta) que busca o tricampeonato da prova.


Em 2006, então aos 13 anos, Ana dava suas primeiras braçadas e vencia pela primeira vez. Após dois anos, novo triunfo arrebatador. Com o tempo de 1h 54min e 20seg, chegou na primeira colocação geral, desbancando até os homens.


Segurança - O árbitro geral da competição, Henrique Borges, afirma que todas as medidas para que a prova ocorra da melhor maneira possível já foram tomadas.


Segundo ele, serão 16 embarcações, somente, da equipe de arbitragem. “Sem falar nos barcos do Corpo de Bombeiros; do Salvamar e da Capitania dos Portos, além da UTI móvel da Vitalmed, enfim. O importante é destacar que haverá comunicação por rádio em todas essas embarcações”, conta.


Borges destaca que um dos motivos pelos quais o número máximo de atletas permitido foi de 124 atletas é justamente a segurança. “A travessia é realizada numa área muito grande. Por isso, não se pode colocar muitos atletas. Digamos que houvesse um temporal, não teria como pegar tudo mundo. Por isso, há a limitação”, explica.


Ex-treinador do tricampeão Luís Eduardo Oliveira, o Kiko, como é carinhosamente conhecido, ressalta que, caso chova, é essencial redobrar a atenção durante a largada. “Na hora, fica complicado achar o barco-guia. Por isso, deve-se montar alguma estratégia antes da prova”, revela.


O congresso técnico da disputa está marcado para sexta-feira, às 19h, no Colégio Gregor Mendel, na Pituba. Na ocasião, nadadores, atletas e guias ficarão conhecendo todas as informações referentes ao regulamento da competição.


Fonte: http://www.atarde.com.br/travessia/noticia.jsf?id=1336647